Maria da Vitória dos Santos Rocha está matriculada no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Otávio de Moura. Segundo o pai, um ônibus que leva as crianças da zona rural para a escola passa próximo a residência dele.
Souza, natural da Paraíba, está desempregado e mora com a família há três meses em São Carlos, em uma fazenda às margens da Rodovia Professor Luis Augusto de Oliveira (SP-215).
O trajeto de ida, que começa por volta das 5h20 e dura uma hora e meia, passa por estrada de terra, rodovia e trânsito urbano. Depois de deixar a filha na escola, o pai retorna para casa e faz novamente o trajeto no final da aula, para buscar a menina. “Quero dar a ela o que eu não tive, porque eu não tive essa oportunidade”, declarou Souza.
Determinado, ele afirma que fará o percurso todo dia até conseguir uma vaga no ônibus. “Não dá certo uma criança fora da escola, se não der certo [o ônibus] eu continuo trazendo ela todo santo dia. Tem que ter a escola pra criança”.
Para Souza, a alternativa oferecida pela prefeitura, que ele acompanhasse a filha no ônibus, é inviável. “Teria que fazer um sacrifício, que é o de ficar o dia todinho com fome na porta do colégio, aí quando ela saísse vir embora junto”.

Na bicicleta coberta com uma cortina de banheiro e adaptada com uma cadeirinha para a criança, pai e filha enfrentam frio, chuva e sol, além de correrem risco de sofrer um acidente, pois parte do trajeto é realizado às margens da rodovia.

Bicicleta adaptada para Souza levar a filha até a
escola (Foto: Ana Marin/G1)
“Eu peguei umas madeirinhas da reciclagem e eu tinha essa cortina em
casa, aproveitei para poder proteger minha filha. Sem ônibus, eu tenho
que me virar do jeito que posso, estou seguindo em frente e vamos ver no
que vai dar”.escola (Foto: Ana Marin/G1)
O caso ganhou repercussão após ser divulgado em um grupo do Facebook pela mãe de um colega de sala da criança.
A publicação ultrapassou mais de duas mil visualizações e o esforço de Souza para que a filha não fique longe dos estudos comoveu os moradores da cidade.

Em entrevista à EPTV, o secretário de Educação, Nino Mengatti, informou que por, não ter a idade mínima necessária, Maria da Vitória teria que ser acompanhada por um responsável até a escola. "Nós não podemos permitir que crianças com menos de 6 anos viagem desacompanhadas por questões que esses ônibus não têm cadeirinha. É um risco para a criança e a família", declarou
G1
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