A pátria de chuteiras demitiu de novo o técnico de ferraduras.
Mas não foi só ela porque futebol, hoje, não é apenas “bola rolando”, é também “grana rolando”.
Dispensado da Seleção, Dunga foi substituído, mais uma vez, para felicidade geral da nação e de uma dúzia de patrocinadores.
Trata-se
de marcas globais e poderosas, nacionais e internacionais, que, no
conjunto dos contratos, jogam nos cofres particulares da CBF quase 1
bilhão de reais.
Os interesses de Coca-Cola, Mastercard, Samsung,
Nike, GM, Itaú, AmBev, Vivo, Gol e outras gigantes também pesaram na
decisão de chutar o treinador pra escanteio.
Dunga é péssimo
garoto-propaganda; com ele, a Seleção é péssima vitrine de marketing; e,
como se sabe, dinheiro não aceita desaforo – não o desaforo de perder,
mas o desaforo de jogar sem dignidade, ou o desaforo de jogar fora o
pouco de dignidade que o país ainda tinha.
Essas empresas despejam fortunas no futebol pentacampeão a pretexto de se destacar no mundo do consumo e dos negócios.
Porém,
a estratégia de jogo capitalista, com Dunga, esbarrava no regime
fechado, taciturno, rabugento e quase comunista, sob a mão de ferro de
um velho ditador nas novas arenas.
Só faltava o “ex-professor”
querer ser chamado pelos jogadores de “Grande Líder”, “Inigualável
Patriota” e “Sol da Humanidade”, como faz lá na Coreia do Norte o tal do
Kim Jong-un.
O general que exigia fidelidade e submissão e
comandava os jogadores a portas fechadas, mantendo as marcas longe da
imprensa, da torcida e do mercado é agora… passado.
Caberá ao
substituto reconciliar a Seleção com o seu melhor futebol, mas… sem
nunca perder de vista os seus melhores patrocinadores.
Alex Campos
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