De dentro de seis presídios das cidades de João Pessoa, Catolé do
Rocha (Sertão paraibano), Caicó (Seridó do Rio Grande do Norte) e Campo
Grande (capital do Mato Grosso do Sul) presidiários comandavam
quadrilhas responsáveis por tráfico de drogas, homicídios e assaltos nos
municípios da região do Vale do Mamanguape, no Litoral Norte da
Paraíba. A polícia descobriu que a conta bancária da esposa de um deles,
que é vendedora de cosméticos, movimentava R$ 100 mil, por mês. Dez
pessoas foram presas e três adolescentes apreendidos, durante a Operação
Shalom realizada pela 7ª Delegacia Seccional de Polícia Civil (7ª
DSPC). No entanto, o número de pessoas detidas desde o início das
investigações chega a 54. A Polícia ainda apreendeu drogas e armas
restritas às Forças Armadas. Os detalhes foram divulgados ontem à
imprensa.
As investigações foram conduzidas pelo Grupo Tático Especial (GTE) e
Núcleo de Homicídios da 7ª DSPC e tiveram início em janeiro deste ano a
partir da atuação de dois grupos que atuavam em Mamanguape e Baía da
Traição, segundo contou o delegado seccional da 7ª DSPC, Walter Brandão.
Durante esse tempo, algumas pessoas já foram presas e até apresentadas
em entrevistas coletivas a imprensa como o caso de um filho de
ex-prefeito de Mamanguape que articulava crimes e um deles foi a
tentativa de seqüestro a um comerciante de Lagoa de Dentro, nessa
região, em abril deste ano. Nesse período até na terça-feira foram
presas e apreendidas 46 pessoas. Na tarde de ontem foram cumpridos oito
mandatos de prisão.
O delegado de Mamanguape que conduziu o inquérito, Marcos Paulo
Sales, explicou que os presos fazem parte de várias quadrilhas que
atuavam nessa região em relação ao tráfico de drogas, prática de alguns
homicídios e assaltos. Os pedidos de prisão foram concedidos pelas varas
de Justiça dos núcleos onde os criminosos atuavam. “A gente fez um
mapeamento dessas organizações criminosas e foram feitas várias
autuações em flagrantes nesses cinco meses e hoje a gente conclui essa
Operação com a prisão daqueles indivíduos que não foram pegos em
flagrantes, mas como há materialidade formada nos autos a gente
representou pela prisão preventiva e hoje cumprimos os mandatos de
prisão e busca e apreensão”, afirmou.
Em várias situações, as Polícias Civil e Militar, que trabalharam em
conjunto, conseguiram evitar alguns crimes como informaram o delegado
seccional Walter Brandão e o comandante da 2ª Companhia Independente de
Polícia Militar, capitão Alberto Filho. “Fizemos a saturação dos pontos
onde iriam acontecer os crimes, assim pudemos evitar a ocorrência
deles”, frisou o capitão. Diversas pessoas participaram na Operação.
Todos foram encaminhados para um dos presídios dos núcleos onde os
criminosos atuavam.
Para o secretário de Segurança do Estado, Cláudio Lima, o sistema
penitenciário deve ser reformulado para evitar que os bandidos continuem
mandando no crime mesmo de dentro dos presídios. “É necessário de uma
política nacional para que cuide do sistema penitenciário de uma forma
uníssona, ou seja, para que cuide de forma padronizada para que possa
eliminar o contato do preso, que ele tenha o contato mínimo com o
exterior. Você vê que o cabeça, dessa organização criminosa, está no
Mato Grosso do Sul, um presídio federal e continuava dando as ordens e
com muito dinheiro”, disse. Com Jornal Correio.
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