O delegado adjunto da 5ª DP (Lapa), Antônio Bonfim, disse que Natasha
Vitoriano Souto, de 23 anos, presa em flagrante por transportar uma
criança numa mala, na noite de sábado, na Rodoviária Novo Rio, se
mostrou lúcida ao prestar depoimento na delegacia. Ela disse aos
policiais que encontrou o menino de 11 anos vendendo balas na porta do
metrô de Botafogo, na Zona Sul do Rio, na última sexta-feira, e
planejava levá-lo para Curitiba, no Paraná, onde mora.
— Ela se mostrou lúcida o tempo todo e falou de forma muito eloquente — afirma o delegado.
Em seu depoimento, Natasha contou que, na noite que conheceu o menino,
ele pediu dinheiro para cortar o cabelo e comprar roupa. Em seguida, a
suspeita diz que o levou para a casa da mãe dela, em Realengo, na Zona
Oeste. No dia seguinte, os dois teriam ido acompanhar uma sessão de
fotografias na Praia de Ipanema e, depois, foram para a rodoviária.
Segundo Natasha, o menino disse ter sido espancado pela família e por
funcionários dos abrigos onde morou. Ele também teria sido adotado por
uma família e abandonado nove meses depois. A acusada afirmou que queria
levá-lo para Curitiba para dar uma vida melhor ao menino.
Na noite de sábado, policiais militares do Batalhão de Policiamento
em Áreas Turísticas (BPTur) foram chamados por pessoas que viram Natasha
na praça de alimentação da rodoviária carregando uma mala com uma mão
para fora. Algumas testemunhas acreditaram até que fosse um cadáver. Os
PMs se aproximaram da mulher, que se refugiou no banheiro. No
depoimento, Natasha diz que o menino estava com a mão para fora para
pegar as balas que ela havia comprado para ele. Ela não explica por que
ele estava na mala.
— Foi um ato de inocência e de desconhecimento
da lei de adoção — alegou o advogado da acusada, Alan Januário: — Vamos
pedir a liberdade provisória dela.
De acordo com a Polícia Civil, Natasha tem quatro passagens em
delegacias por lesão corporal, uma por estelionato e uma por não portar
documentos. Todas foram registradas entre 2011 e 2015, no Rio. Dessa
vez, ela foi autuada em flagrante por subtração de incapaz e pode pegar
de dois a seis anos de prisão. A criança seguiu para o Conselho Tutelar.
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