Decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) dá prazo de 180 dias
para que o governador Ricardo Coutinho (PSB) e a secretária estadual de
Saúde, Claudia Veras, regularizem a situação funcional de mais de oito
mil “codificados” que atuam na Secretaria da Saúde do Estado. Essas
pessoas não são concursadas, nem comissionadas e não assinaram nenhum
tipo de contrato, mas exercem várias funções, são pagos de forma direta e
que custam em torno de R$ 20 milhões por mês.
A
decisão é resultado de um recurso de reconsideração interposto pelo
governo do Estado em uma Inspeção Especial de Atos da Gestão de Pessoa,
do ano de 2015, da Secretaria da Saúde (SES), que teve como relator o
conselheiro Nominando Diniz, que já havia determinado providências sobre
a situação de 8.521 “codificados”.
Na decisão em que negou
provimento ao recurso, o TCE manteve o prazo para que a gestora da saúde
estadual apresente um plano de ação para implementar o novo perfil
hospitalar e o dimensionamento do pessoal “codificado” identificado no
levantamento realizado pelo órgão. Além disso, o TCE pede que o Estado
regularize a situação dos codificados que atuam nas áreas
administrativas da SES e nas unidades de atendimentos médicos
hospitalares, como também que cesse quaisquer contratações de
prestadores de serviços e codificados sob pena de responsabilização
pessoal pelo aumento do quadro atual, considerado excessivo pelo TCE.
Outra
determinação é que o Governo do Estado adote preceitos constitucionais
como a contratação por excepcional interesse público ou processo de
seleção simplificado, com a devida divulgação no Diário Oficial do
Estado da relação de todos os servidores que recebem a remuneração na
condição de codificados, com os respectivos nomes, CPF, valor e a
unidade de trabalho.
O Estado também deverá elaborar para envio à
Receita Federal, as guias de recolhimentos previdenciários dos meses de
janeiro de 2013 a dezembro de 2016 e fazer os ajustes necessários junto
à Secretaria da Administração para a inclusão da folha de codificados
nas informações enviadas ao TCE acerca da folha de pagamento de pessoal
vinculada à administração direta do Poder Executivo já que informa que
tem 127.383 servidores, sendo 112.089 na administração direta e 15.294
na indireta, deixando de registrar 8.521 “codificados”.
No caso
de descumprimento da decisão, o governador Ricardo Coutinho e a
secretária de Saúde, serão responsabilizados no julgamento das contas de
2017, pois já não poderá alegar que não foi alertado das
irregularidades apontadas.
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