A situação dos Correios na Paraíba é crítica e a
grande maioria das cidades do estado com menos de 10 mil habitantes não
tem sequer um carteiro fixo. De acordo com Emanuel de Sousa, diretor do
Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos na Paraíba
(Sintect), em várias cidades “os carteiros são alocados um dia ou dois
de semana dependendo da demanda”.
Em muitas outras cidades do estado, a situação se agrava e não
há sequer entrega de correspondências. Emanuel explica que em muitas
cidades “o atendimento é no balcão da agência ou o carteiro se desloca
para aquela cidade em um dia ou dois de semana dependendo da demanda”.
De
imediato o sindicato reivindica a contratação de 200 carteiros e 200
atendentes para repor o déficit atual nas grandes cidades do estado. “E
não é que vai resolver o problema em geral, a gente coloca isso como uma
forma de repor as vagas existentes nas grandes cidades”, destaca
Emanuel de Sousa. Ele ainda ressalta que o ideal seria contratar muito
mais pessoas para suprir realmente a deficiência de funcionários da
empresa.
Além do déficit atual que existe nos
quadros de funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT), ainda existe a proposta de aposentadoria voluntária sem a
intenção de repor pessoal. Essa medida, de acordo com Emanuel, “só vai
fazer com que a sobrecarga de trabalho que já está absurda e o atraso na
entrega de correspondência só vai se agravar com isso”.
Como
a empresa não sinaliza pela contratação de funcionários concursados nem
se mostra interessada em resolver os problemas colocados pela
categoria, os trabalhadores dos Correios estudam paralisar seus serviços
em protesto. “Existe a perspectiva de uma grande greve da categoria
sinalizada para o mês de abril”, destaca o diretor do Sintect que ainda
disse que representantes da categoria de todos os estados estão reunidos
em Brasília para decidir sobre o calendário de mobilizações.
Os
Correios e o Governo Federal afirmam que existe um grande déficit
financeiro que impossibilita novas contratações e investimentos na
empresa. No entanto, os sindicatos e a Federação Nacional rebatem estas
informações. De acordo com Emanuel “nós temos uma consultoria que já
provou que é manipulação de dados financeiros para passar a imagem de
falso déficit para facilitar a privatização da empresa”. Segundo ele, a
empresa dispõe de mais de R$ 10 milhões em caixa, diferente do déficit
de R$ 4 milhões defendido oficialmente. PB Agora.
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